CORONEL JOÃO PEDRO DE GODOY MOREIRA
Pedreira já nasce com espírito empreendedor.
O empreendedorismo já está no DNA de Pedreira desde o seu nascimento, já que foi do sonho do
coronel João Pedro de Godoy Moreira de transformar sua fazenda em cidade que tudo começou.
A família, quatrocentona, teve início com o patriarca que chegou ao Brasil na expedição de
Martin Afonso de Souza, e era composta por bandeirantes que ajudaram a fundar São Paulo, Minas
Gerais e Goiás. O avô se estabelecera em Amparo em 1801, e em 1834 o pai já havia construído
a casa em que o coronel nasceria.
Com o pioneirismo fervendo nas veias, em 1887 ele decidiu que era a hora: comprou e recebeu de
seus irmãos e vizinhos mais terras para anexar à fazenda, mas, em vez de plantar e criar, as
loteou, abriu ruas e doou terrenos onde foram construídos a escola, o cemitério, a delegacia,
a cadeia, o Hospital Lazareto, e a Capela de Sant’Ana, no largo da antiga Estação a Companhia
Mogiana de Estradas de Ferro.
Junto ao Rio Jaguari nascia, em 1889 e com apenas 70 casas, a Vila de Pedreira – nome dado em
homenagem à grande quantidade de “Pedros” na família. Pequena, porém dinâmica: já nessa época
a Vila contava com açougues, padarias, casas de negócios para fazendas, armarinhos, lojas de
calçados, “gêneros da terra e estrangeiros” (quitandas e armazéns), lojas de ferragens etc.
Pedreira já nasceu com vocação para o comércio.
Casado em primeiras núpcias com Francisca Eugênia Alves Moreira, o coronel foi incansável
na realização do seu sonho: enfrentou a burocracia e a resistência da Comarca de Amparo para
elevar a vila à categoria Distrito Policial em 1890, de Capela Curada 1892, e município em 1896.
Nessa época os imigrantes italianos já haviam chegado à cidade para trabalhar na lavoura de café,
mas muitos italianos, no entanto, já eram comerciantes e donos de fábricas, que começaram a mudar
o perfil da cidade. Foi assim que, em 1914, esses imigrantes inaugurariam a produção de porcelana
com a Fábrica de Louças Santa Rita, dos irmãos Angelo e Antonio Rizzi. Já a década de 40 outras
duas importantes indústrias ceramistas seriam inauguradas na cidade, a Cerâmica Santana, em 1941,
e a Nadir Figueiredo, em 1943, puxando a reboque outras dezenas de fábricas do gênero que
configurariam o parque industrial de Pedreira.
Hoje vários patrimônios históricos são testemunhas do empreendedorismo nato da cidade, entre
eles a antiga casa do pai do coronel, cujo prédio é tombado pelo Patrimônio Histórico e
abriga a sede da Prefeitura na Praça Epitácio Pessoa.